O objetivo desde blog é contribuir como um guia de boas práticas para o gerenciamento de projetos.
Se você é um profissional, um curioso ou um apaixonado pela área aproveite o nosso material e, antes de ir, deixe a sua contribuição para crescermos juntos.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Cadê o gerente?

Este é o primeiro capítulo da série de posts que vou entitular de "Cadê o gerente". O objetivo será mostrar exemplos de diversos tipos de falhas ocorridas em projetos reais. Espero que gostem, e que principalmente provoque discussões e reflexões sobre o que é gerenciamento de projetos, e especialmente qual é o papel do gerente de projetos.

Durante as últimas reformas da Catedral de Florianópolis, foi construído um acesso de cadeirantes. Quando pensamos nestes acessos especiais e exclusivos, pensamos logo em caminhos para facilitar, melhorar e permitir o acesso a locais antes inacessíveis ou de difícil acesso.

Bom, parece que o objetivo inicial do projeto de instalação de um elevador de cadeirantes, para acesso à Catedral de Florianópolis era este, porém ao vermos a foto abaixo, tirada esta semana após a conclusão da obra, podemos ver que o projeto não foi muito bem sucedido.

Foto: ClickRBS - Clique aqui para ver a matéria
Cadê o gerente deste projeto? Podemos ver em apenas uma foto, um poste na frente da rampa de acesso, e uma dúvida que me veio rapidamente a cabeça: "Para que a rampa se instalaram um elevador?".

Facilmente podemos identificar algumas falhas de planejamento, como por exemplo:
  • Se havia um poste ali, porque não foi feito o acesso em outro local?
  • Se o melhor local para o acesso era este e foi acordado a retirada do poste, o que houve que o poste ainda continua ali?
  • A rampa não é muito inclinada para um acesso de cadeirante? Um idoso cadeirante conseguiria subir esta rampa sozinho? Ou a rampa foi feita apenas para cadeirantes acompanhados por alguém os empurrando?
  • Ao descer a rampa não há risco de descer muito rápido ee bater no poste ou sair para a rua que está bem próxima?
Poderíamos ficar um bom tempo listando falhas evidentes, e até outras não tão evidentes, mas eu gostaria de encerrar com algumas ações que poderiam ter sido executadas durante o planejamento e execução do projeto, mitigando ou até evitando estas falhas.
  1. Identifique todos os interessados, e converse com eles, levante as possíveis dificuldades do projeto e valide algumas opções com estas partes. Tente pensar como o usuário final do produto, se não conseguir, peça opinião ao usuário final.
  2. Identifique, gerencie e tome ações para mitigar os riscos do seu projeto. Antecipe possíveis riscos, não conte com a sorte ou com o controle de terceiros, controle você.
  3. Gerencie os custos do seu projeto, e pense também nos custos do produto. Será que foi economia fazer aquela rampa? E os benefícios futuros do produto, e a rejeição da população, e o marketing negativo, e a possibilidade de futuros acidentes? Tudo isso deve ser considerado no custo, não só do projeto, mas do ciclo de vida do produto como resultado do projeto.
É isso pessoal, espero que tenham gostado deste primeiro espisódio da séria "Cadê o gerente?". E eu termino perguntando: "Será que este projeto tinha um gerente definido?", e até mesmo "Será que todos os projetos deveriam ter a figura de um gerente?".

8 comentários:

  1. Fábio, parabéns pela iniciativa!!!

    Concordo plenamente, identificar algumas falhas de planejamento envolve perguntar o que é gerenciamento de projetos, e especialmente qual é o papel do gerente de projetos!

    Decorre daí o óbvio da lógica: "Será que este projeto tinha um gerente definido?", e até mesmo "Será que todos os projetos deveriam ter a figura de um gerente?"

    Será que foi economia fazer aquela rampa? – será que a rua sofre enchentes e o elevador precisa ficar num patamar mais alto?

    Se o melhor local para o acesso era este e foi acordado a retirada do poste, o que houve que o poste ainda continua ali? – BOA PERGUNTA!!!

    COMO UM GESTOR COMO VC É IMPOTENTE PARA RESPONDER?

    O gestor ao pesquisar descobriu que a remoção do poste leva + de 180 dias devido a estudos para se re-avaliar a carga de esforços mecânicos retirando-se o poste além do desvio do fluxo elétrico e a obra politicamente precisava ser entregue antes dos estudos concluídos...

    Poderíamos ficar um bom tempo listando falhas evidentes, e contra partidas não tão evidentes, porém gostaria de encerrar com algumas considerações:

    Estudos mais avançados apontam que aspectos psicológicos afetam direta ou indiretamente as competências dos gestores e por decorrência os processos de gestão aplicados aos negócios.

    Contribuindo para as boas práticas em gerenciamento de projetos questiono: O processo do Coaching consiste em interagir com o “sujeito” por meio de questionamentos como os efetuados acima.

    Por outro lado, pode-se ampliar o processo, pode-se fazer uso da PSICANÁLISE APLICADA buscando INTERAGIR com o “gestor” levando-o efetuar pesquisas mentais por meio de uma dialética, concernentes a potenciais falhas de planejamento para inferir se há algum gap na construção do raciocínio do gestor ao fazer uso de suas competências e de que modo se pode alinhá-las com o projeto, ajudando assim o gestor a identificar e entender seus próprios impedimentos e/ou bloqueios.

    E no exemplo fictício (frase em caixa alta) ao implicar o gestor (eticamente) este buscou uma resposta (descobriu que a remoção...)...

    Concluindo, pode ser também uma boa prática para o gerenciamento de projetos incluir o uso de Coaching combinado com Psicanálise Aplicada.


    Garabet
    Psicanalista/Coach/Consultor
    TWITTER:http://twitter.com/Garabetkissa
    garabet@terra.com.br

    ResponderExcluir
  2. Olá Garabet,

    Excelentes observações a partir de uma ótica bem interessante. Confesso que já muito desta "estratégia" de implicar o gestor a ter um comportamento mais ativo, e principalmente provocar a busca de uma resposta através de uma implicação como a exemplificada por você.

    Confesso que nunca tinha visto com estes olhos esta abordagem, e é bem válida mesmo como análise do comportamento dos gestores.

    Muito obrigado pela sua contribuição, espero que continue gostando e aparecendo para conferir as publicações.

    ResponderExcluir
  3. Na verdade, o que parece é que esse acesso na verdade serve apenas para cumprir alguma legislação e que o projeto, na verdade foi uma adaptação de algum desenho feito como solução em massa. Costumo dizer, que nós gerentes de projetos nem sempre gerenciamos uma "fabrica de biscoito" e que por isso, cada caso é um caso. Duvido que haja algum gerente ali!

    ResponderExcluir
  4. Pode ser que você tenha razão sobre o propósito do acesso, mas o que você acha, mesmo tendo sido um projeto "político" deveria haver um GP por trás do projeto?

    ResponderExcluir
  5. Olá Fábio, estou iniciando minha especialização em GP e o seu artigo me trouxe um exemplo excelente para discussão na sala de aula, quero deixar aqui o obrigado e parabéns pela iniciativa, E com certeza vou estar aguardando os próximos artigos dessa série.

    Fernando

    ResponderExcluir
  6. Olá Fernando, que bom que gostou e que vai te servir como exemplo para uma discussão. Com certeza irá gerar uma boa e proveitosa discussão.

    Obrigado pela visita e pelo comentário.

    ResponderExcluir
  7. prezado Fernando;
    Estou com um projeto de coleta seletiva de resíduos sólidos na "prancheta", este envolve da educação ambiental nas escolas,concientização da necessidade da separação domiciliar, passando pela criação de cooperativas de catadores, até o destino final, a reciclagem, é na verdade um projeto político, não sei se o prédio em questão é da administração pública daí essa aberração, vc é o GP mas nem sempre o gestor dos recursos.

    ResponderExcluir
  8. Olá Claudio, você está correto. Isso ocorre, e com muita frequência, e este é um dos questionamentos que a série "Cadê o gerente?" propõe,

    ResponderExcluir

Deixe seu comentário e contribua com este blog.